sábado, 6 de agosto de 2011

TRANSFORMERS – O Lado Oculto da Lua: Retomando o crescimento


Por Eddie Van Feu
O silêncio acerca do novo filme dos Transformers, O Lado Oculto da Lua, me preocupou. Pra começar, eu ainda estava triste com o quarto filme dos Piratas do Caribe, que foi mais fraco que o café da birosca lá perto de casa. E, diferente de Piratas do Caribe, Transformers já começou a decair logo no segundo filme. O primeiro filme dos Transformers é excepcionalmente bom, tanto em efeitos, quanto em roteiro e fidelidade ao desenho original (mesmo os puristas reclamando que Bublebee era um fusquinha amarelo, e não um Camaro maneiro). Foi nota 10! Infelizmente, no segundo filme, o roteiro ficou maluco, a história se arrastou e ele caiu para uma nota sete. Não foi ruim, eu ainda me diverti, mas reconheço que houve uma queda em comparação ao primeiro. O que esperar então desse terceiro filme da série, do qual pouco ou nada se falou?


Já sabíamos o que NÃO esperar: Megan Fox. Depois de umas asneiras que a bela, porém não muito esperta moça falou, ela foi chutada do filme (e provavelmente de toda a indústria onde Spielberg tenha alguma influência, tipo, o Sistema Solar) em plena pré-produção. Por incrível que pareça, este foi o único problema de Transformers III, não pela Megan Fox fazer tanta diferença assim, mas por sua saída ter virado uma emenda mal feita no roteiro que já estava pronto.


Rosie Huntington-Whiteley, que assumiu o posto de gostosa da vez no filme, tem um papel praticamente idêntico, só que sem o carisma da Megan Fox, que podia não ser muito, mas ainda era maior do que o que vimos na tela dessa vez. O relacionamento dela com Sam (Shia LaBeouf, muito bem como sempre) pareceu milagroso demais em todos os sentidos. Afinal, pra pegar a Megan Fox já foi um filme inteiro. Ele já começar pilotando outro avião daqueles beira o impossível.

Primeiro emprego é foda...
Mas, como eu disse, esta foi a única escorregada do filme. O 3D é o melhor que eu já vi desde Avatar e os efeitos são tão impressionantes que tem uma hora que a gente acredita na boa que carros se transformam em robôs gigantes. Chega a ser natural!

Aproveitar todos os personagens também foi fantástico, um perfeito trabalho de casa, desde os pais do Sam até os velhos soldados, respeitando que cada personagem seguiu com sua vida. E o mais legal é que isso não impediu a aparição de personagens novos incrivelmente interessantes, nas peles de Patrick Dempsey, John Malkovich, Frances McDormand e Ken Jeong. A incrível estrutura de comando para assuntos dessa magnitude, envolvendo presidentes, coronéis, agentes, e todo um complexo militar complicado de entender, coloca no chinelo a simplicidade quase ingênua de Thor, Homem de Ferro e O Incrível Hulk, por mais que amemos todos eles.

O humor estava afinadíssimo arrancando gargalhadas do cinema, que quando eu fui, na última semana, em 3D, num horário ingrato, ainda concorrendo com Harry Potter, estava lotado), o que foi ótimo, porque se não houvesse o humor, seria um filme de ação extremamente violento. Pessoas explodem, pegam fogo, cidades inteiras são destruídas e as lutas com os robôs são brutas, com cabeças esmagadas e colunas arrancadas, uma coisa horrível! O sangue não espirra na tela senão teriam que subir a indicação de idade (o filme foi classificado como impróprio para menores de doze anos).

Vi a versão dublada, que também estava impecável, apesar do Guilherme Briggs, que dubla Líder Óptimus, não convencer (não me leve a mal, Guilherme é um excelente dublador para papéis de humor, como o tubarão em Procurando Nemo, mas nunca convence quando o papel é dramático). O cuidado com o filme é percebido nos detalhes, quando um dublador experiente é chamado para dublar uma cena de TV da década de 60, quando as gírias são adaptadas e até palavrões são mantidos. De vez em quando, ouvimos na maior naturalidade:
            – Você demorou!!!
            – Cara! Chegar aqui foi foda!!!!


O roteiro também foi bem fiel ao mesclar a história dos Transformers com o que conhecemos da nossa história, nos levando a motivos e explicações sombrias para a corrida espacial e o acidente de Chernobill. Maneiríssimas as fusões de cenas de antigos presidentes e personalidades (nada que Forrest Gump já não tenha feito, mas legal assim mesmo). E valeu as homenagens, como a Buzz Aldrin, companheiro de Neil Armstrong na missão Apolo 11 e segundo homem a pisar na Lua, e à Leonard Nimoy, que dublou um dos robôs no desenho e volta nessa versão na voz de um personagem importante. Antes, ele é visto na TV numa reprise de Jornada nas Estrelas com uma informação interessante que só faz sentido depois.

Enfim, Transformers foi de 10 para sete e acaba de subir novamente para 10, com mérito. Michael Bay é o homem que não tem medo do exagero. Seus robôs jogam prédios uns nos outros, as perseguições são de tirar o fôlego, com carros sendo jogados pra cima como se fossem cones de plástico, e pessoas sendo explodidas sem remorso. Infelizmente, Michael Bay também não tem medo de matar personagens e neste terceiro filme da série, nos despedimos de alguns personagens importantes pra quem colecionava o álbum de figurinhas dos Transformers nos loucos Anos 80.

Agora, vamos esperar pra ver se haverá uma continuação. Se houver, quem vai continuar dentro e quem vai continuar fora (Megan Fox receberá um perdão do Governador e sairá do Corredor da Morte?). Se o Oscar for sério, Transformers deve concorrer ao Oscar de melhores efeitos especiais. Mas o Oscar não é sério há muito tempo e provavelmente Ano Passado em Katmandu e Simple Jack (no Brasil, “Jack Tatu”) levarão todos os prêmios.

Veja o Autobot designado para cuidar do Rio de Janeiro contra os ataques dos Decepticons traficantes de energon no Morro do Macaco.

7 comentários:

FRANK JOSEPH disse...

verdade, comentários sempre são bem vindas ao autor. gostei da critica. tenho que ir ver o filme antes que saia de cartaz.
parabéns!

Nanael Soubaim disse...

Digam aos puristas que o Fusquinha foi trocado pelo Camaro porque a VW perdeu metade do Q.I na crise do petróleo, e o restante foi demolido com as torres gêmeas.

Ricky Nobre disse...

Infelizmente, só tá na Barra. Vou ter que esperar o Bluray. Infelizmente, só aquela porcaria do 2 eu vi no cinema!

Eddie disse...

Caramba, Ricky! Que azar!!!!!

Anônimo disse...

Essa sim e uma crítica sensata desse filme:

http://www.cinemaemcena.com.br/Ficha_filme.aspx?id_critica=7733&id_filme=8967&aba=critica

Não sei como vc consegue gostar dessa porcaria, Eddie.

Eddie disse...

Anônimo, eu li a crítica sensata, com esforço, porque é muito chata. Sinceramente, o autor parece alguém que odeia Michael Bay e vai ver tudo de ruim nele e em seu trabalho o tempo todo. Ele pode ter razão em vários pontos, mas perde toda a razão quanto se torna um maluco atirando na tela. Sim, Anônimo, eu gosto deste terceiro filme, apesar de ler Alexandre Dumas, Sartre e ver filme francês. No dia que eu só gostar do que os outros gostam, ou só curtir o que "tem conteúdo", por favor, alguém atire em mim, porque eu terei me tornado a pessoa mais chata e arrogante da terra. Pelo menos aí eu poderei fazer "críticas sensatas" que agradem às pessoas sem nome...

Ricky Nobre disse...

Eu também odeio o Michael Bay, mas tive que adimitir que Transformers 1 é um barato. Estou ansioso por esse terceiro.