Patricia Balan
Resident Evil é um jogo de tremendo sucesso no mundo todo, porém este sucesso triplicou com o lançamento de Resident Evil 4. Os gráficos, além de assustadores, são belíssimos e a história por trás do jogo não deixa a desejar. Ora, não é à toa que Resident Evil deu origem a três filmes para o cinema, não é?
Pois é justamente esta a lembrança que a Capcom – os produtores do jogo – prefeririam que eu omitisse. Degeneration é mais uma das animações feitas de captação de movimentos no estilo de Beowulf e O Expresso Polar. Esta decisão foi tomada justamente para que Degeneration não fosse confundido com a trilogia que já passou no cinema e não empolgou muito os fãs da série.
Degeneration, no entanto, é para fãs de carteirinha. A animação é quase a mesma que os jogadores vêem nos clipes do jogo quando passam de fase. Porém isso não deve assustar o público que não conhece o jogo. Na verdade, Degeneration não deve assustar ninguém. O terror não é o mote desta animação. Os movimentos de câmera frenéticos, que nos fazem ver os inimigos de muito mais perto do que gostaríamos, não estão tão presentes neste longa. O que realmente está presente é a trama por trás dos jogos de Resident Evil, e isso é o que deve assustar o público. Não é à toa que Degeneration foi direto para as locadoras. É preciso fazer o dever de casa e rever a trama por trás de todos os jogos, principalmente Resident Evil 2. Isso fica claro nos primeiros minutos de exibição.
Para quem joga, no entanto, é bem divertido. Confesso que fiquei balançando um controle de Wii imaginário em todas as cenas de ação. Deu muita vontade de consultar o mapa para ver aonde o personagem iria depois e também senti alguma ansiedade para salvar o filme para não brigar com os mesmos inimigos outra vez. Mas não dá. No DVD, Leon Scott Kennedy está por sua própria conta. O frustrante é perceber que ele se vira muito melhor sem a gente.
Welcome, Strangeah... (Bem-vindo, Estranho)
Para quem não conhece nadinha de Resident Evil, o jogo, e mesmo assim vai se aventurar nesta animação, eu tenho algo aqui no meu casaco que pode te interessar.
A história do vírus
O início: Nas montanhas Arklay uma equipe denominada S.T.A.R.S. vai investigar uma série de assassinatos que sugerem canibalismo. No decorrer do jogo descobrimos que os assassinatos estão sendo cometidos por nada mais, nada menos que ZUMBIS. Ao contrário do que muitos podem pensar, estes comedores de carne humana não são resultado das ações de um feiticeiro vudu hiperativo, mas de um conglomerado farmacêutico chamado Umbrella Corporation. Esta corporação está fazendo testes ilegais na população para estudar o vírus T, ou T-virus em inglês. Este vírus é extremamente contagioso, infectando também os animais da região. O laboratório da Umbrella está localizado dentro da mansão onde o jogo se passa. A recompensa do jogador ao zerar o jogo é transformar a mansão em uma belíssima bola de fogo apagando este vírus miserável da face da Terra. Final feliz. Mas o jogo vendeu para dedéu... Aí ficou difícil manter os zumbis mortos e quietinhos.
Leon e Claire
A estréia: Os sobreviventes da Equipe S.T.A.R.S. voltam para casa, Raccoon City, e contam o sufoco que passaram. Todo mundo acha que eles estão muito doidos e culparam alguma plantação de “tabaco” ilegal em Arklay. Só que os ratinhos das montanhas Arklay resolvem passar as férias em Raccoon City. Como os animais também foram infectados, qualquer um que é mordido nos meses seguintes tem uma morte dolorosa e passageira. Os mortos saem do cemitério direto o centro de Raccoon City. Assim, o T-vírus se espalha mais uma vez.
É neste jogo que conhecemos os heróis de Degeneration. Claire Redfield vai para Raccoon City procurar seu irmão, Chris – membro do time S.T.A.R.S. e sobrevivente do terror em Arklay. Chris é o protagonista de Resident Evil 5, então todos sabemos que ele está muito bem. Em Raccoon City Claire enfrenta os zumbis junto a Leon Scott Kennedy, um policial novato – aliás, este é o seu primeiro dia no emprego! A pior coisa que aconteceu na vida desse sujeito foi ter passado nesse concurso.
Os dois passam o jogo todo correndo dessa gente fedorenta. Para piorar, a nova população de Raccoon City ainda conta com um bichão medonho infectado pelo G-Virus. Este bichão não é ninguém menos que William Birkin, cientista maluco contratado pela Umbrella e criador do T-Virus e do novo G-Virus. William estava trabalhando em sua nova “obra de arte” (o vírus G) quando a Umbrella resolveu queimar os arquivos, devido aos incidentes em Arklay. William consegue salvar duas amostras do vírus G. Uma, ele coloca em um pingente e dá de presente para sua filhinha (!). A outra ele injeta em si mesmo e vira o bichão supracitado.
Raccoon City foi totalmente tomada pelo vírus e o governo decidiu que o único jeito era riscar a cidade do mapa. Um míssil nuclear faz o serviço completo. A cidade vai pelos ares assim como as provas contra Umbrella.
O Vírus como Arma Biológica
As amostras do T-Virus e do G-Virus voltam para as mãos da corporação farmacêutica que as criou. Essa história é contada em mais de DEZ jogos que esta série gerou (REvil 1,2,3,4, Umbrella Chronicles, Biohazard...).
Sete anos se passam entre o primeiro Resident Evil e Degeneration. Na época em que Degeneration acontece Umbrella já perdeu cientistas e funcionários demais para continuar resistindo às investigações e a seus competidores. Uma corporação monstro caiu e morreu – mas em Resident Evil isso não significa nada.
Outras corporações estão de olho no legado de Umbrella, imaginando o que significaria para elas ter posse deste vírus na mão esquerda e da vacina na mão direita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário