segunda-feira, 15 de junho de 2009

XENA - A Mulher que Todo Homem Gostaria de Ser

por Eddie Van Feu
Ela chegou como quem não quer nada, na carona de um seriado politicamente correto que atraía as crianças. Mas quando menos se esperava ela virou a mesa, começou uma confusão na taberna e meteu porrada em todo mundo!!! Ela é Xena, ex-inimiga de Hércules e ex-inimiga de um monte de gente. Ela não é semi-deusa e seu único super poder é a liberdade de roteiro que seu personagem oferece.

Xena é um prato cheio para qualquer bom roteirista e é, no momento, a única coisa, junto com Hércules, que justifica ligar a televisão convencional no domingo.
Muita gente não suporta a série porque não tentou assistir. É muito difícil não gostar de Xena. Seu jeito bronco e seus saltos impossíveis são uma delícia e os extremos de comédia e drama de episódio para episódio são um tremendo exercício de imaginação. Mas há duas regras básicas para quem vai assistir Xena. Em primeiro lugar, não espere “barbies”. De nenhum tipo. As mulheres são de verdade, como Gabriele (Renne O’Conour) e Xena (Lucy Lawless). Até a bela Afrodite é convincente como uma mulher que você encontraria na rua (com sorte, claro). Então, se você espera mulheres de silicone correndo seminuas na praia, vá ver Baywatch. Os homens também estão no mesmo pé. Das idiotices de Joxer, ao charme cínico e canalha de Ares, passando pelo típico interesseiro Autolycos, os homens são deliciosamente verdadeiros.



Mas verdade seja dita, Xena faz coisas que só a Xena faz. Seu chakra provoca avalanches, corta pedra, derruba uns 15 soldados inimigos de uma só vez e volta direitinho pra sua mão! Em algumas seqüências, ela sapateia nas cabeças dos inimigos, joga bebês para o alto enquanto mete a porrada em algum vilão, briga com panelas, frigideiras e, pasmem!, peixes!!! E é aí que entra a segunda regra de Xena. Não espere o óbvio. O óbvio a gente encontra no Jornal Nacional! Xena é lugar para o inesperado, o impossível e o improvável.
Mas a gente nem falou direito da Xena como personagem! Ela é rica e profunda porque é o oposto de Hércules. Enquanto o segundo é um semi-deus e sempre fez tudo certinho, ela é má, essencialmente uma vilã, que em algum momento resolve dar uma virada. Mas o passado é algo que não se apaga e sempre está presente na alma de Xena, sem no entanto torná-la um personagem atormentado e chato. E não podemos esquecer de Gabrielle! A loirinha ingênua e amiga fiel de Xena que a ajuda a discernir o certo do errado, tarefa muito mais difícil do que imaginamos. Sempre pensamos no preto no branco. Xena vive no cinza. Como nós.
O mundo de Xena é permeado por deuses e criaturas míticas, reis e ladrões, uma galeria infindável de personagens que demonstram uma incrível humanidade em todos os seus meios-tons.
O relacionamento de Xena e Gabrielle é de profunda amizade e quase nada as separa. Uma é fundamental no crescimento da outra e podemos ver o crescimento de ambas, tanto individualmente quanto como amigas. Alguns episódios são densos e profundos, com cenas muito bem feitas de batalhas e guerras. Outros são intimistas e belos. Outros ainda são completamente nonsense, com temáticas inacreditáveis, como o episódio em que Xena e Gabrielle passam o filme inteiro brigando porque Xena amassou a panela de Gabrielle quando brigava com um ladrão e usou os pergaminhos da loirinha para se limpar, pois não tinha folhas secas na moita em que ela foi. Escatológico? Você ainda não viu nada! Xena já ficou maluca (literalmente), encarou um “O Destino do Poseidon” no melhor estilo, inventou sem querer o Papai Noel, formou a constelação de Peixes jogando para o céu um peixe com um diamante dentro, interferiu na batalha de Tróia, encontrou César em pessoa e ajudou a salvar Cleópatra, dentre outras coisas... Por enquanto só tá faltando alguma aventura com o Rei Arthur ou uma no Planeta dos Macacos. O que é possível! E é isso que é maravilhoso em Xena!!! Tudo é possível!!! Para o melhor e para o pior, ela está lá, fazendo caretas, dando gritos, batendo em todo mundo e mostrando que se não podemos sempre fazer a coisa certa, podemos pelo menos tentar fazer o melhor que pudermos.



XENA na TV
Ela estreiou no Brasil no SBT, que nunca deu muita bola pra Princesa Guerreira. Tanto que tirou do ar sem avisar e nunca mais se manisfestou (como sempre). Foi na TV a cabo (ex-USA) que ela reinou do primeiro ao último episódio. Hoje ela barbariza de segunda a sexta na Rede Record.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom
parabens pela discrição maravilhosa que fez de Lucy no seriado ´´XWP´´ .
e TAMBEM por ser uma grande fã das trapalhadas de XENA e GABI.

valeu!!!
UMA grande fã

Anônimo disse...

como se faz o xakarã da xena