quarta-feira, 21 de abril de 2010

Eu não perco o American Idol V - Mais dois ficam pelo caminho

por Eddie Van Feu
A escolha da Sony de trocar o dia e horário do American Idol foi burra. Nas TVs à cabo é um mistério como as pessoas mantêm os seus empregos. As chamadas são equivocadas e repetitivas, sem criatividade e sem capacidade de vender o peixe. Qualquer um que veja as chamadas da TCM percebe a diferença. A mudança de horário não beneficia ninguém. Além da transmissão no programa no Brasil estar agora mais defasada do que antes (agora, assistimos com uma semana de atraso os resultados), a reprise no sábado se torna meio redundante. E a pergunta de um milhão de dólares é: Se o American Idol CONTINUA passando sábado no mesmo horário, por que não passar o inédito no sábado (com quatro dias de defasagem) e repetir na terça? Tudo bem. Eu fiz faculdade, devo ser uma gênia por ter pensado nisso...

Na semana passada, o João Grandão foi salvo pelo voto de misericórdia do juri. Nessa semana, dois teriam que ser sacrificados por causa disso. O tema foi empolgante: Elvis! Ele, o único! Como os Beatles, difícil escolher música ruim, mas fácil escolher música esquecível. E foi exatamente o que os excelentes, mas meio burrinhos, Crystal e Casey fizeram. Escolheram músicas desconhecidas e meio lá lá lá, daquelas que o Elvis deve ter cantado e esquecido assim que terminou o filme de surf. Como a Crystal é fantástica, ainda assim foi um show, especialmente porque ela abriu o programa. Já o Casey se deu mal em fechar o programa sem nenhum impacto. Dificilmente algum dos dois corre perigo.

Andrew Garcia. Lamendo, Andrew, mas beleza põe mesa e grava disco.

João Grandão, quer dizer, o Big Mike, também escolheu uma desconhecida, um blues sobre nascer no gueto e ser pobre. Cantou de seu jeito meloso e chato e todo mundo achou ótimo. Acho que ele fica ainda algum tempo... Shiobhan veio com seu cabelo maluco e uma roupa meio Anos 80 que não combinaram muito bem. Mais uma vez, o visual esquisito dele distraiu um pouco. Na primeira metade, ela cantou com sua voz anasalada. Na segunda, ela gritou, o que sabe fazer melhor. No conjunto geral, ficou legal, mas estranho. Eu me senti comendo aqueles pratos diferentes que você não sabe direito se gostou ou não. O júri se dividiu.

Katie Stevens: um doce de menina que cuida da avó, mas que cometeu o erro de já nascer com 40 anos em uma época que todo mundo tem que ter 17 (inclusive as mulheres de 40 anos...).

Aaron, o Archuletinha, escolheu muito mal sua música. Blue Suede Shoes é a música mais Elvis que existe. Ou você é um clone do Elvis muito bom, ou você muda alguma coisa e tenta ir em outra direção. Aaron tentou, mas não deu. Ficou parecendo um karaokê com obstáculos. Andrew Garcia pegou seu violão e deu um show tipo Las Vegas contido. Muito chato. Katy mandou um recado para o júri, e continuou parecendo uma mulher muito bonita de 40 anos. Esse é o jeito dela e das duas uma: ou ela faz sucesso agora como uma artista madura e fica com 35 pelo resto da vida, ou ela espera fazer 40 e faz sucesso. Quem surpreendeu foi justamente o mais querido e odiado dessa temporada. Tim Urban, ou Turban, ou Tim Teflon, fez o que os outros não fizeram. Escolheu muito bem a música (I can't help falling in love with you), mudou de um jeito simples que fez diferença e usou as cartas que tinha, incluindo sentimento e seu rostinho bonito. E ele foi bem. Muito bem. Se não viu, confira no vídeo abaixo.




Lee foi outra boa surpresa. Beneficiado com os conselhos de Adam Lambert, o mentor dessa semana, ele descobriu que tinha uma cara com dentes na boca e resolveu sorrir. Sua voz é maravilhosa e finalmente ele pareceu um astro no palco. No clipezinho final, ficou engraçado o Tim cantar romanticamente que não pode evitar se apaixonar e o Lee vir logo depois gritando que quer mais ação e menos conversa.

No final, nos despedimos de dois que já eram fracos quando começaram. Andrew Garcia, que a menos que gravasse um CD com 12 faixas de Straight up não teria muito futuro, até que durou muito. E a Katy sempre foi muito chatinha, apesar de simpática. E assim nos despedimos dos dois que sairão em turnê. A competição aperta, o programa afunila e cada dia é uma vitória! Nossa! Parece meu trabalho!

A Brooke é tão bonita que dá vontade de ficar olhando pra ela...

Mas foi um bom dia para todos! Pudemos rever a beleza de Brooke White e o carisma de Adam Lambert, que por sinal foi o primeiro participante do American Idol a ser mentor. Ele fez um trabalho quase milagroso, concertando probleminhas que os candidatos tinham. Fez também uma apresentação maravilhosa no final e só faltou a nave mãe aperecer no meio daquelas luzes e levá-lo de volta para seu planeta. O American Idol dá todo o espaço que Adam quiser (e ele faz questão de ocupar cada centímetro) com toda a razão. Em quase dez anos de programa, eles até o momento não foram capazes de dar ao mundo um ídolo. Seu cartão de visitas é a Kelly Clarkson, que não é nenhuma Madonna. Se tem alguém que pode alçar esse vôo alto de se tornar um ídolo com alcance mundial, esse alguém é o Adam Lambert. Se ele não conseguir, meu amigo, ninguém consegue.

Adam Lambert. Esse pode tudo!

Hora de dar adeus a...

Katie Stevens hoje e no tempo do Balão Mágico

Andrew Garcia hoje e ontem, quando cobrava aluguéis no México.

LEIA AS CRÍTICAS ANTERIORES:
American Idol Top 9
American Idol Top 10
American Idol Top 11
American Idol Top 12

3 comentários:

Renato Rodrigues disse...

O Big Mike tá espaçoso em vários sentidos e ocupa a vaga que deveria ir pra Katie. O Oráculo acertou para Andrew...

Ricky Nobre disse...

Pra mim, tinham que sair Andrew e Aaron. Pelo menos, um foi justo. Eu jamais compraria um disco da Katie (e nem de 90% dos concorrentes do programa) mas ela canta bagarai! E quando ela finalmente se acertou nas últimas 3 semanas, apresentando um estilo coeso... PÓIM! Saiu. Tá, ela não conseguiu nem de longe uma performance ao nível ultra sexy que a música pedia. Mas os vocais dela são sempre ótimos.

Andrew teve toda a chance que merecia e não merecia. Foi péssimo com Houd Dog e saiu. Aaron foi horrendo, meio que concertou no finalzinho mas tarde demais. Tinha que ter saído pois não é mais tempo de errar desse jeito.

E eu também jamais compraria um disco do Big Mike, pois não é meu estilo, mas dentro do ESTILO DELE, eu acho que ele arrebenta, e com In the Guetho (que não é desconhecida, foi primeiro lugar na Billbord em 1968) ele acertou em cheio na minha opinião. Achei muito merecido o salvamento dele, e acho merecido ele chegar até o Top 3 ou 4.

Eu esperava muito mais do Casey depois da semana anterior. Ele virou Lawdy Miss Clawdy do avesso (eu não reconheci até ouvir o Ryan falar o nome!!) mas não teve o impacto necessário.

Eu acho legal pegar músicas desconhecidas. A música da Crystal foi um gospel rasgado desses de igreja mesmo que o Elvis gravou pro seu especial de 68 que todo mundo conhece dos EUA. Eu achei muuuuiito legal tirar essa do baú. Mas é coisa de fã provavelmente (do Elvis e da Crystal...)

E tem o Tim...

Finalmente aquele moleque deu uma apresentação digna de um American Idol, de alguém que tá competindo de verdade. Deu a impressão de que Tim e Aaron trocaram de corpo, porque Tim fez todos os acertos típicos do Aaron e Aroon, todos os erros típidos do Tim. Sinceramente, achei bizarro...

Shioban tem que sair urgentemente. Me impressionou muito no início mas é a concorrente mais sem rumo que eu já vi!! Sem coerência artística, meio brega pra cantar e se vestir, tem uma voz excepcional mas não tem a menor idéia do que fazer com ela.

E Lee continua ótimo, mas nem os conselhos do Adam tiraram aquele nada do rosto dele. E pra cantar Little Less Conversation precisa de um toque de canalhice que eu duvido que ele consiga fazer.

Bom, pra terminar, não sei que eles se interessam tanto em fazer um ídolo para o mundo. Mais do que a Kelly Clarkson, a Carrie Underwood vende HORRORES nos EUA, mas não aqui, porque cantores contry americanos não costumam fazer sucesso no Brasil.

Não sei o que vai ser do Adam. Não sei o que a índústria vai fazer dele e o que ele vai fazer dele mesmo. O fato é que, como todo primero disco de um ex idol, o album de Adam saiu com total domínio da gravadora que tascou a breguice comercial de sempre. Mas as mesmas músicas que saíram brega do CD, ele faz muito melhor ao vivo, e cada vez de uma forma diferente. Ele é um verdadeiro show man e muito inteligente. Não sei se sobrevive ao mercado...

Eddie disse...

Bicho! Se o Adam não sobreviver ao mercado, eu perco as esperanças de fazer ao mesmo no mercado editorial! Acho que por isso torço tanto por ele! Mas gostei da crítica do Ricky, especialmente porque ele entende muuuuuito mais de música do que eu. Valeu, Ricky!