por Renato Rodrigues
O filme "Lula, o Filho do Brasil" (de Fábio Barreto) foi o escolhido para representar o Brasil no Oscar 2011... Sabe aquele velho jargão "toda unanimidade é burra"? Pois é, coincidência ou não, o longa foi eleito por unanimidade. A cerimônia de premiação acontece no dia 27 de fevereiro, em Los Angeles.
A comissão que escolheu o filme foi formada por representantes do MinC, da Secretaria do Audiovisual, da Agência Nacional de Cinema e da Academia Brasileira de Cinema.
Mas, Renatinho, você viu o filme pra falar mal? Não vi, e NÃO ESTOU FALANDO MAL... mas fala sério! Em ano de eleição? E não tinha outro filme melhorzinho? Jura?
Olha a lista a dos que concorreram: "As Melhores Coisas do Mundo", "A Suprema Felicidade", "Antes que o Mundo Acabe", "Bróder", "Carregadoras de Sonhos", "Cabeça a Prêmio", "Cinco Vezes Favela, Agora Por Nós Mesmos", "Chico Xavier", "É Proibido Fumar", "Em Teu Nome", "Hotel Atlântico", "Nosso Lar", "Olhos Azuis", "Ouro Negro", "O Bem Amado", "O Grão", "Os Inquilinos", "Os Famosos e os Duendes da Morte", "Quincas Berro D'Água", "Reflexões de um Liquidificador", "Sonhos Roubados" e "Utopia e Barbárie".
Eu peguei um táxi esses dias e perguntei se o taxista ia votar na Dilma. Ele disse "Já votei, né?" A mulher já tá aí, ganhando no primeiro turno e tudo... então "Já tá votado!". E é mais ou menos assim que tá coisa. Sacou a conexão?
Ouça aqui o Podcast sobre o Final de Lost
4 comentários:
Parem o mundo que eu quero descer!!! Essa escolha foi lamentável.
SAIU N´O GLOBO: "Também pela primeira vez na história, o MinC abriu uma enquete na internet para votação popular. Mais de 130 mil pessoas votaram em 12 dias. O filme escolhido pelo público foi "Nosso lar", com 70% dos votos. "Lula, o filho do Brasil" ficou em sexto lugar, com 1% dos votos. A enquete popular não teve peso na escolha da comissão."
Então pra que fizeram a porra da enquete?
Fizeram a porra da enquete para provar que brasileiro é burro e que arte no Brasil é coisa só para intelectuais. Por intelectuais, entenda-se GOVERNO. O MINISTÉRIO da Cultura, A SECRETARIA de não-sei-o-quê. Entre todas as áreas da arte no mundo inteiro o Brasil tem o privilégio de viver no século XVII onde os artistas dependem dos mecenas para trabalhar. O poderoso gostou? Que bom, porque ele tem dinheiro para fazer novas encomendas a preços absurdos - com o dinheiro dos impostos do povo. Não gostou? Aí o artista vai trabalhar na Oficina do Daniel Azulay ou na feira hippie até passar num concurso. O palhaço do artista que ousar dar ao povo a arte que ele quer vai morrer de fome devagar, enfrentar burocracias mil e um monte de cortes e impostos para colocar seu filme no mundo. Apoio popular frente ao demagogo não adianta nada!!
Mas não tem problema, não. O Meireles já está trabalhando com os gringos. Se o Padilha tiver juízo, vai prá lá ontem. O último a sair apaga a luz e deixa essa gente no escuro!
Paraceria arrogância se eu disser que minha última encarnação foi na Alemanha, mesmo trabalhando muito e ganhando quase nada a vida toda? Pois este lado alemão, ainda fortíssimo em minha personalidade meio Spock, lamenta terem ignorado uma união de rara beleza e harmonia da razão com a emoção, que foi esta escolha popular.
Patrícia, minha flor encrenqueira, artista brasileiro - que não se vende - precisa mesmo trabalhar, para sustentar sua arte. Viver dela é utopia. O sujeito tem que apelar para o Youtube, se quiser divulgar algo de bom. Mas deixe estar, isto não fica por isso mesmo... Tenho fortes chances de vir escorpiano, na próxima vez.
Postar um comentário