O desenho de 1979 (Direção de Bill Melendez) |
por Renato Rodrigues
"As Crônicas de Nárnia" foi um desenho animada que fez parte da infância da Eddie. Eu não cheguei a ver na TV e até duvidava de sua sanidade quando ela me contava sobre o enredo. Pô, eu assistia TV o dia todo e nunca tinha visto esse desenho, como isso era possível?
"As Crônicas de Nárnia" foi um desenho animada que fez parte da infância da Eddie. Eu não cheguei a ver na TV e até duvidava de sua sanidade quando ela me contava sobre o enredo. Pô, eu assistia TV o dia todo e nunca tinha visto esse desenho, como isso era possível?
A origem veio dos livros, na verdade uma série de sete edições escritas pelo autor irlandês C.S.Lewis entre 1949 e 1954. As histórias foram adaptadas também para a rádio, TV e teatro. Em 2005 fizeram o primeiro filme, que foi legalzinho, e em 2008 veio o segundo (Príncipe Caspian). Sexta feira estreou "A Viagem do Peregrino da Alvorada", o terceiro (E, talvez, o último dependendo da bilheteria) e só hoje ouvi falar de uma polêmica sobre as possíveis referências cristãs à saga.
Seria coisa de paranóico que vê mensagem do diabo até em desenho da Disney? Fiquei curioso e fui chafurdar na lama pra saber que "semelhanças" eram essas: A mais óbvia que me veio a cabeça foi a alegoria do Leão que morre pelos outros e depois ressuscita para salvar o dia. É, essa foi fácil, né?
Apocalipse 5:5 Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.E tem mais? Foi uma pesquisa difícil, esbarrei com MUITA abobrinha na Rede.
O negócio é enrolado, Nárnia tem inimigos e defensores. O autor (que era cristão) recebeu críticas justamente das organizações cristãs que entendiam que sua obra era uma ferramenta ligada ao paganismo e ocultismo, por possuir temas considerados hereges como a representação antropomórfica de Cristo como um leão. O "bicho pegava" ainda mais por causa do emprego de criaturas mitológicas reunidas a estes paralelos cristãos, pois muitas Igrejas Cristãs, possivelmente todas, acreditam que histórias e seres mitológicos são heresias.
Outra corrente defende que Lewis é "O maior escritor cristão do século XX". É só entrar em alguns sites de venda de seus livros que você encontrará essa alcunha ligada a ele. Mas por que?
Lewis passou boa parte da juventude como um ateu convicto até voltar à fé cristã no início da década de 30. E dedicou-se a defendê-la com unhas e dentes vestindo a camisa da Igreja Anglicana. Logo ganhou o posto de porta-voz não oficial do cristianismo por conta de seus livros e palestras. Era chamado de "apóstolo dos céticos" e "Elvis Presley evangélico" graças à sua popularidade.
Vejamos o que o senhor Lewis nos conta em Príncipe Caspian: aqui as crianças retornam a Nárnia e encontram um reino abalado pela falta de fé. As terras estão sombrias e dominadas por um tirano. Caspian escutou histórias do grande rei que morreu e voltou à vida para quebrar o poder do mal. Apesar do tio defender que isso não passava de um conto de fadas, o menino descobre que a história é verdadeira. A intenção de Lewis seria, segundo seus defensores cristãos, ilustrar como os céticos descartam a antiga história de Cristo como um mito. Lewis estava convencido de que o registro da vida sobrenatural de Jesus é verdadeiro e baseado em evidências históricas.
Lewis passou boa parte da juventude como um ateu convicto até voltar à fé cristã no início da década de 30. E dedicou-se a defendê-la com unhas e dentes vestindo a camisa da Igreja Anglicana. Logo ganhou o posto de porta-voz não oficial do cristianismo por conta de seus livros e palestras. Era chamado de "apóstolo dos céticos" e "Elvis Presley evangélico" graças à sua popularidade.
Vejamos o que o senhor Lewis nos conta em Príncipe Caspian: aqui as crianças retornam a Nárnia e encontram um reino abalado pela falta de fé. As terras estão sombrias e dominadas por um tirano. Caspian escutou histórias do grande rei que morreu e voltou à vida para quebrar o poder do mal. Apesar do tio defender que isso não passava de um conto de fadas, o menino descobre que a história é verdadeira. A intenção de Lewis seria, segundo seus defensores cristãos, ilustrar como os céticos descartam a antiga história de Cristo como um mito. Lewis estava convencido de que o registro da vida sobrenatural de Jesus é verdadeiro e baseado em evidências históricas.
Eu devo ser uma besta, pois nunca liguei o Universo de Nárnia e qualquer elemento religioso (Nem bíblico nem pagão). Passou por mim batido como qualquer filme-fantasia-pipoca-com-coca-cola. Mas também não sou o único perdido, tá cheio de "catedráticos" na internet malhando e endeusando Nárnia com os argumentos mais malucos. Teve até um blogueiro que apontava para a concidência de um filme da Disney (que segundo ele, é o estúdio do capeta) estar passando na Rede Globo (outra empresa do conglomerado do coisa ruim). Para ele era uma dobradinha propositalmente infernal!
Os dois argumentos mais apaixonados que esbarrei sobre o assunto:
1) Abre aspas: "Nárnia, portanto, seriam histórias repletas de pequenas lições, alegorias das histórias bíblicas e apresentações de teorias de Lewis.".
2) Abre aspas: "Que o Senhor conceda, a Sua verdadeira Igreja, a graça de ficar contra a distorção horrível do Evangelho de Cristo nos escritos deste homem". O negócio é embolado, é ou não é?
A única coisa que NÃO encontrei pesquisando esse assunto foi uma resposta sobre "O que é que o autor quis dizer sobre Nárnia." E é melhor assim. Afinal, se religião é fé, cada um que encontre a sua resposta... mesmo que dentro de um armário!
Poster do terceiro filme que chegou semana passada às telas. Eu tô ficando velho pra essas coisas... |
9 comentários:
Caracas! se vc se acha uma besta, eu sou uma Anta, não desconfiei de nada mesmo, deve ser porque apesar de minha criação católica, nunca gostei da igreja como "partido politico" de Deus, mas enfim....
Valeu pelo toque!
Bjs Mil
Lembro da polêmica sobre a cristandade militante de Lewis ter voltado à tona quando do lançamento do primeiro filme. Sempre achei um exagero, e só percebi as analogias quando parei pra pensar especificamente sobre o assunto. Lewis escreveu sim os livros com essa intenção, mas, sinceramente, pra mim não fede nem cheira. Se dissessem que Lewis era budista eu também acreditaria.
Assim que conseguir ver Nárnia, eu posto. Infelizmente, pra conseguir ver uma cópia legendada só à noite e ainda pagando uma fortuna pra ver uma versão 3D fajuta feita em pós produção. >:-(
Duas cousas;
01) Radicais, ateus ou teístas, são irracionais. Processam dados como um computador, mas jamais se aprofundam naquilo que seus dogmas (sim, ateísmo é um dogma) não permitem, como um computador que não sai dos limites de seu software.
02) Eu nunca ouvi falas deste desenho, mas também, naquele tempo Goiás ainda era interiorzão escancarado e sem chances no horizonte... E eu sou uma Kombi em matéria de televisão.
De resto... CACILDA!!!!! A história desse sujeito é muito parecida com a minha! Até a adolescência era cirstão sem convicção, passei a juventude nas trevas do ateísmo cético e tijolástico, depois retornei ao teísmo por meus próprios méritos e meios. Aleluiah, imãos! E já fiz artigos sobre isso... Rick Nobre, vasculhe cada centímetro da rede mundial à caça de detalhes sobre este fulano, estou com um pressentimento tenebroso a meu respeito.
Dentre todas as antas, a maior sou EU, anglicana como Lewis, vi as semelhanças de Nárnia com o evangelho do mesmo jeito que vi certas semelhanças de Hércules com o "personagem" Jesus. Filho de um Deus, no mundo dos homens, com seu próprio aprendizado vai mostrando o caminho do que é ser um VERDADEIRO HERÓI e só descobre isso se sacrificando por outra pessoa...
Eu acho que está cheio de semelhanças com a Trindade em muitas obras de ficção. Qualquer Pai, Filho e Irmão podem virar Deus, Jesus e Espírito Santo com boa vontade.
DAÍ a pregar livro de ficção como evangelho... Levar a sério como escrita sagrada...
Eu acho que vou ser a mais fanática de todas e dizer que o Evangelho não é uma obra de ficção para mim e não tem o mesmo sentido que uma.
Misturar alhos com bugalhos nunca dá certo!
Bom, valeu Renato, pela matéria. Espero que você não use o pingente com o símbolo do Super-Homem que eu te dei como colar - ou os evangélicos vão cair em cima de você. Afinal, esse também é um enviado à Terra, feito à nossa imagem, mas muito superior em valores e poderes muito superiores. E olha que esse já ressuscitou, hein?
Eu sabia!!! Eu sabia!!! Estou orgulhosa de mim, mas percebi todas as analogias logo no primeiro filme. Não lembro de ter percebido algo no desenho, mas no filme, achei óbvio e cheguei a comentar. No segundo, achei mais cristão ainda, mas nada disso me incomodou. É uma boa história de fantasia, dá pra se divertir, o príncipe Caspian é uma gracinha e pra mim tá bom. Não ando muito exigente!
Você viu Nárnia mas não viu Harry Potter, Eddie? Tu traiu o movimento, mano!!!
Nossa!!!! acho que o pais esta povoado de antas... realmente se não lesse este texto jamais perceberia, então me junto ao grupo dos distraidos... Pra mim o filme é só ficção, bom pra uma tarde de dimingo e nada mais.....
Pois é, Aibell! Mas Nárnia é mais antigo! Eu sou do tempo em que toda criança tentava se meter no armário pra ir pra outra dimensão. Hoje em dia, a maioria SAI do armário aos 16... Verei Harry Potter assim que der!
vi o leão, a feiticeira e o guarda-roupas quando era molequinho na televisão. passou em dezembro de 1979, pouco antes do Natal, na tv globo, na manhã de um sábado, no globo cor especial. hoje, com 44 anos, ainda me emociono quando lembro das emoções daquele desenho! eu procurava pela internet pelo desenho a anos, e pouco depois que o achei no emule, o filme surgiu no cinema. que emoção! nossa! só quem viu nárnia naquele longínquo natal de 79 pode entender. abraços à todos
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