terça-feira, 11 de maio de 2010

THE FLASH

Mais rápido que o Flash só mesmo o tempo. E lá se vão 20 anos desde que a série foi ao ar na TV americana (aqui estreou em 91, no tempo em que a Globo passava o seriado, lembra? Tá ficando velho, hein?). Com apenas uma temporada, a série só é relembrada hoje por quem é mesmo fã de quadrinhos mas, com um pouco de boa vontade, quem sabe eu o convenço de que a série tinha lá suas qualidades.

por Renato Rodrigues
A história é muito similar à dos quadrinhos, reunindo várias fases do herói numa só origem: Barry Allen é um policial científico de Central City até que seu laboratório é atingido por um raio e... adivinha? Ganha poderes de velocidade e resistência muito acima do normal, assim como uma grande necessidade para repor calorias perdidas durante a corrida, o que aumenta consideravelmente sua conta no mercado. Nos Laboratórios Star conhece a perita em velocidade Tina McGee, que o ajuda a lidar com suas novas habilidades, arranjando-lhe até uma roupa especial para resistir à fricção enquanto corre (um explicação plausível para a roupa colorida. Ahá!). Como todo herói tem que ter uma "motivação", Jay Allen, seu irmão mais velho, é assassinado e morre nos braços de Barry, que jura vingança.
O resto já sabe, né, muitas corridas em alta velocidade, porrada em bandido, piadas sobre rapidez e o que de mais interessante existia sobre efeitos especiais para a TV... em 1990.

A ambientação de Central City era bem-cuidada, uma mistura da Gothan de Tim Burton com o colorido de Dick Tracy. Aliás, a batmania de 89 pode ter sido um dos fatores que animaram a Warner a produzir a série. E as comparações não param por aí, a trilha de Danny Elfman, as cenas noturnas, o jeito noir e as figuras bizarras davam personalidade ao universo do Flash, mesmo com uma pitada Burtonniana.

Talvez pela interferência de escritores de HQ, como Howard Chaykin, envolvidos na redação, a série acabava mais próxima da linguagem do mundo dos quadrinhos do que as tentativas anteriores (Mulher Maravilha, Hulk, Capitão Marvel e similares), que, mesmo sendo mais memoráveis que The Flash, mais pareciam histórias policiais com gente fantasiada no meio do que uma aventura de super-herói. E ainda tem essa: o conceito de super-herói mudou muito desde os tempos de Adam West. O final dos anos 80 ficou marcado pela valorização do "sangue, porrada e lágrimas", com heróis mais humanos e passíveis de erros, o que dificultava as coisas para os certinhos como Flash, Superman e outros.

Como o público em geral se amarra num romance, Barry e Tina ficavam naquele chove-não-molha, porém sua relação parecia caminhar mais para a parceria do que outra coisa (o que é imperdoável para a audiência que não vive sem um novelão). A Warner aprendeu a lição não repetindo o mesmo "erro" com Lois & Clark, cujo romance foi explorado à exaustão (mesmo).

O amigos policiais de Barry davam uma pitada de humor na série, enquanto alguns vilões dos quadrinhos acabaram dando as caras bem timidamente como o Capitão Frio e o Trickster (Mark Hamil pagando um mico-colorido). Como a galeria de inimigos de Flash rivalizava em esquisitice com Batman, eles ficaram com medo de que a série caísse no ridículo e deram uma maneirada nas participações, talvez visando às próximas temporadas.

O fim precoce de The Flash pode ter ocorrido tanto pela baixa audiência, quanto pelo custo de produção (o piloto custou 6 milhões e cada episódio pouco mais de 1 milhão de dólares). A verdade é que é muito difícil tentar agradar ao mesmo tempo os leitores de HQ, fãs de Sci-Fi e o público em geral, é uma tarefa inglória. Mesmo melosos, Lois & Clark foram heróis (sem trocadilho), conseguindo ficar tanto tempo no ar sem perder o nível.

Olhando por todos esses lados, sem me alongar muito, eu encerro minha defesa com Batman Eternamente e Batman e Robin, de Joel Schumacher. Faça a comparação e você verá que The Flash até que não era tão mal, era?

2 comentários:

Anônimo disse...

É Schumacher, não "Schumaker"^^. ÊÊÊÊ, um post! rsrs

Renato Rodrigues disse...

É verdade, é verdade! Vou corrigir lá "The Flashmente"! Valeu, anônimo!